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Tartarugas marinhas são marcadas para viver

20/08/2015 - Acompanhe atividades de monitoramento e proteção de tartarugas marinhas em Fernando de Noronha com o Projeto TAMAR. Leia mais. ↓

Tartarugas marinhas são marcadas para viver

Luis Felipe, biólogo do Tamar Noronha

Uma das atividades de pesquisa e conservação que ocorrem no TAMAR em Fernando de Noronha é a captura intencional para marcação e monitoramento de tartarugas marinhas. Os pesquisadores entram no mar e buscam animais para marcar, colher dados biométricos e registrar cada um encontrado. Em seguida, os devolvem para que possam prosseguir com seu ciclo de vida. A atividade conta sempre com a participação de muitas pessoas, moradores e visitantes, que podem ver de pertinho os animais vindos direto do mar e saber o que o TAMAR faz para protegê-los.

A preparação da atividade de captura intencional de tartarugas marinhas em Fernando de Noronha ocorre horas antes da entrada da equipe na água. Na base de pesquisa do Projeto no Sueste, inicia-se o preparo do material para coleta de dados e organização do mergulho. Nesse momento a expectativa de capturar o maior número de tartarugas no mar contagia a equipe de pesquisadores, como conta o coordenador do TAMAR, Armando Barsante. O local da atividade atualmente é a praia do Porto, sempre nos horários em que a maré está enchendo.

Captura 13/08/2015 ::: Tesouro precioso

O público se organizou na areia, enquanto a equipe do TAMAR se preparava para entrar na água. As condições ambientais estavam favoráveis para a captura com mergulho livre, sem o auxílio de cilindro de ar. A água estava sem ondas, corrente fraca, boa visibilidade e muitas tartarugas! A primeira capturada foi uma tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata), encontrada a uns 6 metros de profundidade, descansando em meio às ferragens do naufrágio do navio grego Maria Stathos. A ausência da sua nadadeira anterior direita não permitiu o giro que ela dá normalmente para escapar da captura. Foi levada para a praia, onde o público já aguardava ansiosamente sua chegada. Após a apresentação da atividade, a equipe iniciou a coleta de dados biométricos e anotação dos números das duas anilhas de identificação encontradas na nadadeira anterior esquerda. Apesar de uma nadadeira decepada, o estado de saúde aparentemente era bom e já apresentava a cicatrização da lesão.

O casal Raphaela Vasconcelos e José Eduardo Pinheiro de São José do Rio Preto/SP, que estava passando férias em Noronha, fez questão de deixar gravada a emoção ao participar pela primeira vez de uma captura intencional: “Não imaginei que fosse tão legal. Muito bonitas de perto, maravilhosas. Pra mim foi uma experiência muito, muito bacana, e vou levar pra vida. Um beijo pro Tamar, virei fã de vocês!”, disse Raphaela ao término da atividade. Carlos Borges, também turista em Noronha, deixou seu depoimento entusiasmado após a realização da atividade: “A atividade é fantástica! Um trabalho poucas vezes visto no mundo de salvar as tartarugas marinhas, esses seres indefesos. Um trabalho nobre que vocês estão fazendo. Parabéns à equipe!”.

Após a coleta de dados e apresentação do trabalho de pesquisa, a tartaruga-de-pente foi devolvida ao mar com a ajuda das crianças presentes no local. Assim que ela foi liberada, uma tartaruga-verde (Chelonia mydas) foi capturada e levada para a areia para o mesmo procedimento. Novamente o público se emocionou e acompanhou a coleta de dados e marcação da tartaruga até a soltura no mar. Foi uma oportunidade para cerca de 100 pessoas conhecerem as duas espécies de tartarugas marinhas que se alimentam nas águas de Noronha.

Marcadas para Viver - O programa de captura-marcação-recaptura de tartarugas marinhas tem como objetivo a coleta de dados para estudos de sazonalidade, abundância, taxa de crescimento, proporção entre espécies e principalmente conhecer as rotas migratórias. Já registrou movimentos de tartarugas marcadas em Noronha que foram alguns anos depois encontradas no Gabão e Guiné Equatorial, localizados na costa oeste africana, e outros registros no litoral de ES, CE e RN.

A atividade de captura intencional de tartarugas marinhas é aberta ao público e acontece duas vezes por semana (toda 2ª e 5ª). Atualmente, na praia do Porto Santo Antônio nos horários de maré cheia. A programação mensal se encontra no mural do Centro de Visitantes do Projeto TAMAR, no Boldró. Mais informações: Tel: (81) 3619-1174 e infonoronha@tamar.org.br

Tartaruga Tartaruga-verde ou Tartaruga-aruanã

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